LCD, Plasma ou LED: afinal qual foi a melhor escolha em 2010?
O ano de 2010 trouxe dezenas de novidades em se tratando de televisão. Além do suporte ao formato 3D, característica que chegou ao Brasil na metade deste ano, diversas outras tecnologias transformaram os aparelhos em verdadeiras centrais de entretenimento. Tecnologia Quad-Pixel, painéis com maior luminosidade, telas mais econômicas, frequência de imagem cada vez mais alta e design arrojado em produtos mais finos e leves foram algumas das vantagens que o consumidor ganhou na última geração de aparelhos. No entanto, diante de tantas características e opções disponíveis no mercado é natural que você fique confuso diante das possibilidades. Afinal, qual o melhor aparelho para o seu perfil? O Baixaki listou os principais itens que você deve levar em consideração antes da compra.
Fonte da imagem: Sony Não se trata da escolha simples e direta de qual das tecnologias é a mais eficiente e sim qual dos produtos melhor se adapta ao seu perfil de usuário. Você perceberá que nem sempre a opção mais cara ou mais completa é a melhor escolha. De nada adianta possuir um aparelho com tecnologia de ponta se, provavelmente, você não utilizará todas as suas funcionalidades. LCD, Plasma e LED. Os nomes estão presentes em seu dia a dia e também fazem parte dos sonhos de consumo de muitos usuários. As três tecnologias juntas correspondem a praticamente todo o mercado de televisores comercializados no Brasil. As telas de LCD foram as pioneiras, em se tratando de imagens em alta resolução em telas mais finas e de baixo consumo. A sigla se refere ao termo "Display de Cristal Líquido" (liquid crystal display), painel que é ativado ao receber uma corrente elétrica.
Fonte da imagem: Samsung Pelo fato de não produzir luz própria, os painéis de LCD requerem uma retroiluminação para que exibam cores com maior fidelidade. Embora seja o formato com maior número de modelos à disposição e o mais vendido, a quantidade de cores e o contraste entre elas é limitado. A evolução natural das telas de LCD parece ser as TVs de LED. Elas utilizam um princípio similar de funcionamento, tendo como diferencial o fato de serem retroiluminadas por um painel de LEDs. O resultado são imagens com melhor contraste e maior resolução em telas mais finas e de menor consumo. O formato também ganhou destaque em 2010, tornando-se um dos itens que mais ganhou novos modelos e que teve o seu custo reduzido. Numa comparação direta com os anos anteriores, as telas de LED tiveram uma redução de preço de até 40% e rapidamente se tornaram sinônimo de alta qualidade.
Fonte da imagem: Samsung Diferente das tecnologias anteriores, as telas de Plasma têm constituição e formação de imagem completamente diferentes. O processo de iluminação ocorre a partir de células individuais que são iluminadas a partir de uma corrente elétrica. Os primeiros modelos apresentavam um problema de retenção de imagem (burn in) extremamente acentuada, aspecto que foi minimizado nas versões mais recentes. Pelas características de formação de imagem, as telas de Plasma são as que apresentam o melhor contraste. O principal ponto negativo é o consumo de energia, o mais alto entre as três tecnologias. Se você quer saber mais detalhes de como é o funcionamento de cada um dos formatos, vale a pena conferir o artigo “Como funcionam as telas de LCD, LCD de LED e Plasma”.
Escolher uma TV nova não é uma tarefa rápida, porém nem por isso ela precisa ser complicada. Contudo, se as opções de telas e a quantidade de quesitos relevantes são muitas saiba que o primeiro passo na escolha é olhar para a sua própria residência. Conhecer bem o ambiente onde a TV será colocada é fundamental. De nada adianta colocar uma tela de 60 polegadas em um espaço sem a distância mínima recomendada, por exemplo. Ao ficar muito próximo à tela, a qualidade da imagem que você verá vai ser afetada e o resultado não será satisfatório. Assim, calcule a distância média que você ficará do aparelho. Em seguida, reflita sobre o seu perfil de usuário. Como será a utilização do aparelho? Você está comprando uma TV para ver imagens em DVD ou Blu-ray? Pretende passar a maior parte do tempo curtindo video games? Ou o aparelho estará ligado a maior parte do tempo na programação de TV aberta e TV a cabo? Após responder a essas dúvidas, é hora de ir para a parte técnica. Listamos as principais características que você deve levar em consideração na hora de comprar um aparelho. Vale lembrar que, mais importante do que a tecnologia vencedora em cada uma das categorias é descobrir qual delas melhor se adapta as suas necessidades.
Se você quiser se aprofundar nos conceitos mais técnicos, pode conferir muitas informações sobre o assunto no artigo “A bíblia da televisão”. Nele você encontrará ainda outras dicas relevantes para que você não erre na escolha de um aparelho e faça o seu investimento valer a pena. Outra recomendação é ficar atento à maneira como os fabricantes exibem as especificações técnicas em cada uma das categorias. Nem sempre o número mostrado é o mais relevante. Saiba como se precaver lendo o artigo “A verdade sobre as especificações de produtos eletrônicos”. Ao pesquisar por taxa de contraste de um aparelho de TV, provavelmente você encontrará duas medidas distintas: contraste estático e contraste dinâmico. Embora os dois números signifiquem a mesma coisa, você deve ficar atento a qual deles o fabricante está se referindo antes de comparar um modelo de TV com outro. A taxa de contraste é a capacidade de um televisor de diferenciar as diversas tonalidades de cores que existem. O número é obtido a partir da medição de imagens que variam da mais escura (preto) para a mais clara possível (branco).
O contraste estático é medido a partir de um frame de imagem e, por isso, o número é mais preciso e, consequentemente, menor. Já o contraste dinâmico diz respeito à imagem em movimento e, portanto, apresenta um resultado maior e mais próximo ao que o olho humano vê na tela. Um exemplo: o modelo 732 N da Samsung possui contraste dinâmico de 2000:1 e estático de 700:1. Na prática, em um frame a tela é capaz de exibir 700 tonalidades de cores entre o preto e o branco e, com a imagem em movimento, o número de tons chega a 2000. Em se tratando de taxa de contraste, as telas de LCD são as que obtêm o pior desempenho. Isso acontece, em especial, devido ao processo de formação da imagem no aparelho, uma vez que não há controle total sobre regiões individuais, o que torna os tons de preto mais cinzentos. Já as telas de LCD com painel de LED, embora possuam um processo de formação de imagem similar, conseguem exibir um ganho consideravelmente maior de contraste. Há duas formas de iluminação por LED: edge-lit e full array. Nos painéis edge-lit os LEDs estão dispostos ao redor de cada um dos frames que forma a imagem. Já nos full array a disposição é em forma de grade. O edge-lit gera aparelhos mais finos e com tela mais brilhante. Já o full array gera contrastes mais precisos. Essa especificação na maioria dos casos, infelizmente, não constará nos manuais.
Fonte das imagens: LG As novas tecnologias de composição das telas de LCD com painel de LED já fazem com que as taxas de contraste atinjam níveis satisfatórios para o usuário mais exigente. Entretanto, a grande campeã nesse quesito é a tecnologia de Plasma. A formação de imagem no Plasma é feita individualmente em cada pixel, a partir de um processo eletroquímico. Com isso, o processo de mudança de uma cor para outra gera um desligamento completo do frame, criando um tom de preto real em detrimento de um tom de preto mais apagado dos painéis LCD. Graças a isso, os tons de cores gerados por aparelhos com essa tecnologia conseguem ser tão fieis que, em muitos modelos, o contraste é praticamente considerado infinito. Ou seja, pode apresentar taxas superiores ao que o olho humano é capaz de perceber.
A quantidade de cores que um aparelho é capaz de exibir é um item importante e está, também, diretamente relacionado com ao contraste. No entanto há um ponto aqui que faz com que todos os aparelhos tenham um desempenho semelhante: a fonte da imagem. Ela é fundamental para definir a quantidade de cores que será exibida. Assim, se você assistir a uma imagem oriunda de um programa de TV, mesmo numa tela de Plasma que é a que tem melhor contraste, não verá mais cores do que em uma tela de LCD. As diferenças entre tecnologias ficarão por conta de intensidade de brilho, nitidez e contraste. Mesmo em uma imagem em 1080p, como as originadas por um filme em Blu-ray, o processo de quantidade de cores não é um fator determinante para a qualidade final. Graças às características mencionadas no parágrafo acima, você pode ter a sensação de cores mais vibrantes. Em resumo: devido às características de luminosidade e brilho, você provavelmente terá nas telas de Plasma e LCD com painel de LED a sensação de cores mais bonitas, mas que na prática são tão eficientes quanto às exibidas pelas telas de LCD.
Fonte da imagem: Samsung O tempo de resposta é medido em microssegundos e diz respeito ao intervalo de tempo para que um frame preto mude para a cor branca e retorne para o preto, criando a sensação de movimento. Essa é uma das características mais importantes para você levar em consideração, em especial se você pretende utilizar bastante a sua TV para jogos de video game. Embora segundo especialistas a medida não seja a ideal, ela é hoje a mais utilizada e você pode se basear nela para comparar modelos que utilizem a mesma tecnologia. As telas de LCD são as que apresentam o mais baixo desempenho. Contudo, com o passar dos anos, essa foi a tecnologia que mais evoluiu, atingindo hoje níveis interessantes a ponto de encontrarmos telas de LCD com capacidade real de 240 Hz. A percepção de um baixo tempo de resposta é maior em especial, nos games. Com maior capacidade de processamento, jogos costumam gerar imagens em movimento acelerado. Quando a frequência existente é inferior à necessária, o visual apresenta sombras durante a execução, também conhecidas como efeitos de arrasto.
Se um jogo gera 60 imagens por segundo e a TV suporta 100, por exemplo, o aparelho precisará duplicar alguns dos frames. Em termos visuais, frames duplicados darão a você a sensação de manchas ou fantasmas na tela. Nesse quesito, as telas de LCD com painel de LED têm comportamento similar às LCD. A diferença de percepção fica mesmo por conta de recursos como brilho e nitidez que, mais uma vez, transmitem a sensação de uma imagem mais bonita. O problema dos efeitos de arrasto praticamente inexiste nas telas de Plasma, também pela maneira como a imagem é formada, com as células se iluminando e se apagando em velocidade maior. As telas de Plasma lidam melhor com conteúdo de alta definição.
Ao calibrar uma TV, o ponto perfeito da imagem é definido a partir da visão que você tem do centro da tela. Ao se deslocar para as laterais, o ponto de vista se altera e, consequentemente, muda também a sua percepção. O ângulo de visão máximo é o ponto limite para que não haja nenhum tipo de perda no processo. A iluminação centralizada das telas de LCD acentua esse problema de forma que a partir de ângulos de 45 graus, você já perceba a variação de cores. Já as telas de LCD com painel de LED minimizam o problema, muitas vezes dobrando o ângulo efetivo de visão (90 graus). Embora nas especificações técnicas do produto você provavelmente encontre números entre 170 e 179 graus, a melhor opção é fazer um teste na loja, olhando-a a partir do centro indo em direção à lateral, para perceber qual é o ponto em que há perda de cor. Mais uma vez as telas de Plasma se sobressaem, já que o processo de formação de imagem é distinto. A variação de cor em ângulos maiores do que 90 graus é tão pequena que é praticamente imperceptível ao olho humano.
Quando foram lançadas as telas de LCD representavam uma significativa economia em relação às antigas CRT, conhecidas como as “TVs de tubo”. Mais luminosas e com menor consumo, as telas de LCD demonstravam um diferencial significativo, mesmo contra as telas de Plasma, surgidas anos depois. Por sua constituição de imagem, as Plasma requeriam mais energia para apresentar uma imagem de qualidade e a consequência disso foi que muitas pessoas criaram uma imagem negativa dessa tecnologia. Porém, ainda hoje o consumo das telas de Plasma é maior (cerca de 50% acima das LCD). A vencedora nesse quesito é a tela de LCD com painel de LED. Graças aos LEDs que suportam o painel luminoso, é possível exibir imagens com maior intensidade e brilho gastando em média 40% energia do que uma tela de LCD convencional, ponto de impacto significativo na sua conta de luz em longo prazo.
Fonte da imagem: LG Há mais tempo no mercado, as telas de LCD já tiveram a sua qualidade e durabilidade comprovadas pela indústria e pelo público. Segundo testes realizados pelos fabricantes, estima-se que o tempo médio de duração de uma tela LCD fica entre 7 e 10 anos. Entretanto, há que se levar outro fator em consideração: a defasagem técnica do produto. É bem provável que antes de dez anos você já precise comprar outra TV, em razão de novos conectores e suporte para outras tecnologias. Assim, é certo que em uma década sua TV principal possa migrar para outro cômodo da casa. As telas de LCD com painel de LED, por ainda serem muito novas, têm a sua durabilidade incerta. Todavia, estima-se que por consumirem menos energia e terem constituição similar às LCD possam durar tanto quanto elas ou alguns anos mais. Já as telas de Plasma têm durabilidade média de 5 anos. Após esse período elas perdem em brilho e ainda há o risco do efeito burn in, que deixa fixados alguns pixels, marcando a tela. Os novos modelos atenuaram bastante esses pontos negativos, no entanto, a tecnologia ainda é inferior nesse quesito em relação às demais.
Você já passeou por todas as características técnicas importantes a serem levadas em consideração na compra de uma TV. Entretanto, embora não seja a maneira ideal para escolher um produto, para muitos é o peso no bolso que será o fator decisivo na hora da compra. E aqui temos um cenário amplo e variado. As telas de LCD são as que apresentam a melhor relação custo-benefício. Há modelos de praticamente todos os tamanhos e, embora tecnicamente ela seja inferior em relação às outras duas, sua confiabilidade e durabilidade pesam em favor do usuário menos exigente ou com menos condições financeiras. Não por acaso as telas de LCD são as mais vendidas na atualidade. Já as LCD com painel de LED tiveram em 2010 seu melhor ano. A variedade de modelos foi ampliada e já é possível encontrar produtos a partir de 32 polegadas. Os preços também tiveram quedas consideráveis. Alguns produtos foram reduzidos até 50% em relação ao ano de 2009. Por fim, as telas de Plasma apresentam duas situações distintas: os modelos mais antigos podem ser encontrados em preços tão competitivos quanto às telas de LCD, mas carregam consigo alguns receios nos quesitos durabilidade e consumo de energia. Já os modelos mais novos, em especial as telas acima de 50 polegadas, estão entre os mais caros do mercado.
Por mais que você não seja familiarizado com aspectos técnicos do funcionamento de uma TV, investir um pouco do seu tempo na pesquisa não apenas do preço, mas também das características do produto que você pretende comprar é uma decisão consciente de consumo e que pode poupar dores de cabeça no futuro. Em linhas gerais as telas de Plasma apresentam imagens de melhor qualidade, mas são menos duráveis e consomem mais. Em telas abaixo de 40 polegadas as diferenças de qualidade de imagem são pouco significativas, o que coloca a Plasma como uma ótima opção para telas maiores. Já as telas de LCD com painel de LED apresentam mais brilho e luminosidade, com boa qualidade de imagem e consumo baixo de energia. Por fim, as telas de LCD possuem imagem satisfatória e consumo moderado de energia, sendo considerada a melhor relação custo-benefício para telas abaixo de 37 polegadas. Todas as tecnologias, em maior ou menor escala, apresentam pontos positivos e negativos. O ideal é que você leve em consideração seu ambiente, suas expectativas em relação a um novo aparelho, o uso que você fará dele e, é claro, o preço que você está disposto a pagar pelo produto.Por dentro das tecnologias
O duelo: analisando as principais características
Taxa de contraste
Cores
Tempo de resposta e movimento
Ângulo de visão
Consumo de energia
Durabilidade
Preço
Conclusão